15/01/2009

Diário de bordo: De Corumbá à Puerto Quijaro

Já na estrada rumo ao Peru, de Bauru, eu e o Kdu seguimos até Presidente Prudente, onde o ônibus fez uma escala e conhecemoso Glu Glub, já meio velho, meio bêbado. Misto quente a 3,50.
De lá passamos por Campo Grande, capital do MS e chegamos a Corumbá, a cidade brasileira pertinho da fronteira com a Bolívia.
Depois de conseguirmos a CIV, carteira internacional de vacinaçao, almoçamos pela última vez em terras brasileiras, a 13 reais. Fritas e frango a milanesa, salada, sem feijao. De lá, nos guiamos até uma praça onde pegamos a circular, "fronteira". Na fronteira, do lado brasileiro, um funcionário da receita Federal com farda de polícia nos deu uma info errada de que o visto só poderia ser arranjado na rodoviária de Corumbá, donde tínhamos vindo há 2 horas. Mas um taxista nos informou corretamente para irmos até "aquela casa vermelha" lá do outro lado.
Atravessamos uma pontezinha e enxergamos a tal casa. Era o escritório boliviano da fronteira, uma salinha de tipo 2 cômodos, bem tosca, 2 funcionários e um policial. Uma mesinha de madeira e apenas um pc. Foi só preencher uma ficha dizendo intençoes e dados pessoais para adentrar o país. Tranquilo demais.
Escapamos de uns cambiários e taxistas e tomamos uma "Andes" (cerveza artentina) meio quente e a 2 reais fomos de taxi até a Estaçao Ferroviária de Puerto Quijaro. Compramos os bilhetes para Santa Cruz de la Sierra para o tren de la muerte, a 18 dólares cada, para o dia seguinte, hoje 15 de enero ao meio dia (15h em Brasília). Pegamos a segunda pior categoria. Nao para economizar, mas porque até sábado nao se tinha outra opçao. dizem que esse tren quebra, demora, descarrilha. Se tudo corre bem, ele demora pouco mais de 20 horas pra chegar a Santa Cruz. Uma hora a gente chega.
Em Quijaro, nos alojamos no Hotel Colonial, depois de passar por três "alojamentos" (sao casas que abrigam viajantes, com vários quartos pequenos e ventiladores). Pagamos 30 bolivianos (cerca de dez reais) a diária. A descarga nao funcionava direito, mas em termos de quarto foi o melhor visitado, com tres camas grandes, 2 de casal.
Aqui em Puerto Quijaro (3, 4 Km da fronteira) as ruas esbanjam poeira, pois nao se tem asfaltamento. É um calor que nao dá pra explicar. A agua fica quente em questao de minutos e a sensacao térmica durante o dia é de mais de 40 graus fácil. É uma vila bem pequena e pobre. O comércio funciona nos 3 períodos do dia.
Antes de tentar dormir tomamos uma Paceña a 12 bolivianos (4 reales) e uma hamburguesa a 10 bolivianos, cada. Hamburguer bem parecido com os do Brasil, diferentes dos vendidos na Argentina. Melhores.
Hoje o presidente Lula estará aqui nos arredores da fronteira, onde se encontrará com Evo para discutir assuntos de exploraçao mineral. Por isso a cidade estava ontem agitada. Houve carreata, com carros exibindo cartazes de Evo nos capôs e portas, além de um carro de som com um quadro do Che e outro de Evo e uma camarada discursando. buzinasso.
Aliás, é comum taxis e carros trafegam com tais cartazes, com a figura de Evo e as cores bolivianas. Ele é MUITO querido acá.
Logo embarcamos no tren de la muerte, na classe pullman, a segunda pior. Amanha Santa Cruz, depois La Paz. Deus nos abençoe. Amém.

5 comentários:

Marina. disse...

que divertido, vou adorar saber que você está inteiro pós trem da morte, ve se avisa.
cuida

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Nossa fiquei de cara com a cotagem do boliviano pro reais. Sai muito barato ficar aí, gá!

O patriotismo e a "queridice" do Evo lembrou muito o que a gente ouviu falar que foi o Getúlio Vargas no Brasil. Fotos, bandeiras, nossa, muito. (é, já dizem as más línguas...)

Quanto ao trem da morte, vai dar tudo certo, certeza. Pensa que poderia ser pior, imagina se só desse pra ir de barco. Seria ali na pele o "sentir colonizador", 20h enjoado! To traumatizada do barco do reveillon até hoje.

Boa viagem, bonito. Aproveita. Frita. Cuida.
Saudades já.
Beijos pra vc e pro Kadu.

ps: novidade,mamãe e papai vão morar em Curitiba,acredita?

Bruno Espinoza disse...

Gabriel, meu amigo, estou adorando acompahas as suas aventuras e sobrevivências ao trem da morte.
Abraço forte amigo.

kdu disse...

Sou eu aqui de novo visitando e rindo mto com esses momentos malucos ae que passamos...
Abcs brother