Mas desde então só voltei a filmar este ano, primeiro com a ideia de um doc sobre as mazelas da Telefônica e o setor de telefonia em geral.
A segunda empreitada aconteceu nas últimas duas semanas quando demos início às filmagens do curta-metragam "O Cheiro". O filme nasceu deste pequeno conto, "o cheiro da vulva", segunda publicação deste blog. Escrevi um roteiro e enviei, entre outros, para um amigão de Campinas que gosta demais de cinema, o Ângelo Selingardi (o Shun ou Coca, para os mais chegados). Ele me respondeu, "cara, seu filme está sem sentido, as coisas não se ligam, eu faria diferente". Na primeira descrição que o Ângelo fez de uma das cenas, foi o suficiente para eu sacar que ele era um profissional do ramo...
Resumindo, misturei as várias ideias do Ângelo com as minhas poucas e redigi um novo roteiro. Passei o novo roteiro adiante e ele ganhou contribuições significativas, como uma da Marina Paschoalli. Além disso, ganhei a adesão e a empolgação da Flávia Oliveira, que abraçou a causa como se fosse dela e filmou praticamente 90% das tomadas do filme. Sem falar dos seus toques artísticos, essenciais para a estética desejada.
Assim, com uma equipe extremamente enxuta, eu, a Flávia e os dois atores João Lucas Folcato e Priza Sayuri (e grande elenco), em quatro nos viramos como pudemos para realizar o filme. Algumas pessoas chegaram a dizer que ajudariam, mas na hora "H" desapareceram. Contudo, vencido o último obstáculo (a câmera), começamos a gravar num meio de tarde da terça-feira, dia 07/07, na república Panco, em Bauru.
Conseguimos também apoio de duas locações, o Armazen Bar e o Crepe Diem, que agradeço desde agora.
Sobre a estória do curta (que não se liga em quase nada com o micro-conto que o inspirou)
O filme acontece em dois planos, um real cujo personagem principal está em uma cozinha, preparando uma carne para o seu almoço. O segundo plano, imaginário, acontece dentro da cabeça do personagem, enquanto ele cozinha, e se passa em um bar, um restaurante e um quarto. A partir de um conflito que acontece inicialmente no bar, com uma garota, a estória se desenrola, sempre alternando os dois planos.
A estética do filme, ideia do Ângelo, foi a de prestigiar planos detalhes, em linguagem técnica, significa que filmamos os personagens e suas ações bem de perto, preferindo partes de seus corpos para compor e ligar as ideias, a mensagem desejada em cada cena. Acho que este elemento é o mais legal do filme.
Temos alguns vídeos tipo "making of" para quem ficou curioso. Segue abaixo.
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Este mostra a Flávia fazendo uma tomada por de trás dos pratos; o resultado ficou bem legal.
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Obrigado!