30/08/2008

Quando merda acontece

Tem os amigos para ajudar.

Ontem fiz uma entrevista para o meu trabalho de conclusão de curso, um livro-reportagem sobre um bar jurássico daqui de Bauru, o Armazén Bar, que em novembro completará 28 anos. Temos já algumas estórias bem legais.

A entrevista não foi gravada. Meu MP3 player da Sta. Ifigênia, estava até funcionando bem, mas ontem ele não gravou nada. Quase perdi tudo.

Aí, uns caras já meio velhos e legais me deram uma luz, os Beatles. As outras "luzes" vieram de amigos, eles sempre ajudam. O André está vindo aqui em casa, me livrar das forças do mal (certeza que foram elas que fuderam meu player), com uma vodca barata nos braços e uns energéticos.

E a Fernanda, companheira mágica na saga de escrever um livro, me confortou bastante. "Fica triste não...as informações vão aparecendo aos poucos na memória..se vc forçar pra lembrar agora vai ser mais dificil...tá chateado, tá ansioso. Parte pra próxima que quando vc tiver escrevendo, vem a luz..."

Obrigado amigos.


Beatles - In my Life.



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PS. usar bigode é muuuuito legal.

27/08/2008

Como nossos pais

"E Bauru, aqui era o centro de droga, tinha a estação ferroviária ali e chegava, então todo mundo fumava maconha, todo mundo “cherava”, todo mundo tomava ácido, desde o mais rico ao mais pobre, então os nego iam muito loco pro bar."

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Cansei de ser Sexy - Give Up


PS. O blogger não me deixa nem a pau colocar a formatação que quero, ele tem vontade própria neste post.

21/08/2008

A gente ganha mais pra se ajoelhar e o meu amor pela Tia Neide

Acabo de trocar a minha coluna por duas notas de vinte reais. Elas são bonitinhas até.

A sorte é que, chegando em casa, disposto cuidadosamente (meeeesmo) sobre a cama, aguardava-me o meu pijaminha, posto ali com muito zelo pela Tia Neide. Eu te amo tia.

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Aos que perguntaram. O texto do post anterior foi publicado.

13/08/2008

A eterna longa espera nos bancos

Antes, conforme escrevi ao Jornal da Cidade, podia-se desconfiar de que as prefeituras municipais não fiscalizavam firmemente a longa demora nas filas bancárias. Agora, nem isso. Pelo menos, não em Bauru e algumas outras cidades do País. Segundo essa matéria de fevereiro deste ano do JC, o Tribunal de Justiça considerou ilegal que o município pudesse aplicar multas aos bancos em casos de longas esperas (de 15 a 30 minutos, dependendo do dia).


Hoje fui ao banco Santander pagar uma conta e solicitar à agência um cartão apenas com a função de débito. Gastei quase uma hora para resolver ambas pendências. Quando cheguei ao caixa, sugeri que o canal da TV à cabo fosse trocado, para um canal que transmitisse as Olimpíadas. Muito mais legal que os desenhos chatos do Bloomberg. O funcionário disse-me que o pedido não era inédito e informou que a orientação recebida foi para manterem as TVs ligadas no canal de desenhos, pois os canais de esporte poderiam exibir propagandas de outros bancos, que não o Santander.
Mais medíocre impossível.

Essas empresas bancárias privadas gastam um dinheirão com campanhas e merchandising e esquecem de coisas simples, como a comodidade e contemplação dos clientes. Nas agências não há revistas, jornal ou qualquer tipo de distração enquanto aguarda-se o atendimento. O máximo que se pode fazer é protestar dentro da própria agência. Mas certamente isso demoraria ainda mais. Os usuários assim, ficamos sem opções e sem ter para quem reclamar. Aliás, há sim a quem recorrer: aos céus. E só.

10/08/2008

Para os meus pais

Há uma estória que diz que quando somos "encomendados" por algum casal aqui na terra, já sabemos quem serão nossos pais, pois escolhemos eles antes mesmo de ir parar na barriga.

Essa estória, aliás, é real, me lembro bem.
(O personagem olha pra o céu e surge uma imagem esbranquiçada, típica, que retrata algum fato no passado; é um lugar bucólico, céu limpo e grama verdinha, ovelinhas pastando, e tudo mais que nós crianças imaginamos):

- Gabriel, venha cá, é a sua vez de nascer. Você quer escolher quem serão os seus pais lá na terra?
E quem você escolhe?


Lá, nesse lugar bucólico, podemos ter uma visão da vida dos candidatos a serem nossos pais, para podermos escolher. As imagens aparecem num espelho d´água.
E então avistei-os de longe. E tive certeza de que queria estar com eles pra sempre.

Quando os vi pela primeira vez, mamãe e papai estavam num bar em São Paulo - cidade que escolheram para crescer na vida - ouvindo e dançando música, rock. Bebiam cervejas. Papai era mais discreto. Já mamãe falava bastante. Papai contava que queria montar algo, uma empresa talvez, mas precisaria de ajuda...

Mamãe estava linda naquela noite, seus olhos brilhavam e ela usava um vestido que salientava o bumbum. Papai trajava jeans, all star e uma camiseta meio surrada. Os cabelos eram longos , até perto do pescoço e brilhantes, pretos. Mamãe sabia que havia encontrado uma jóia rara: além de bonito, inteligente, tinha o coração-bom, como nenhum outro ser humano e sabia tudo sobre os Beatles e os Rolling Stones.

Nesse momento, explicava para mamãe que aquele som que acabavam de flambar no barzinho era send me a postcard. Mais tarde, na mesma semana, papai tentou explicar, mas achou melhor comprar logo o disco do Sá & Guarabira pra ela. Está lá até hoje.

Depois, o som cessou. O bar parecia manisfestar um desejo de fechar, era bem tarde. Não fecharia tão cedo, contudo. Um violão caiu nos braços de papai. Mamãe dizia também que, além de bonito, inteligente, coração-bom e de saber tudo sobre os Beatles e os Rolling Stones, ao pegar no violão, papai apavorava a ponto de todos os gays e todas as moças do lugar ficarem em volta, rodiando, polvorosas. Imagino que o leitor saiba bem como são essas simpáticas senhoritas.

Fora uma bela noite da lira paulistana. E nesta noite, foram-se embora a passos pouco apressados, abraçados, com o braço esquerdo de papai sobre o ombro esquerdo de mamãe que, vez ou outra, subia até a cabeça onde recebia cafunés esparsos. Chegaram em casa e foram direto para o quarto. Bom, e aqui estou...


Papai,
hoje é dia de celebrar. Celebrar a vida que foi possível existir. Celebrar as estorinhas que me contou, os domingos que me levou ao teatro (Cacilda Becker) e os doces que me deixou comprar no mercado. Celebrar aquele circo fajuto que me levou e os tiros de brincadeira que dei com você no parque de diversões. Celebrar o seu coração-bom como nenhum outro ser humano, que está de alguma maneira impregnado em mim. Celebrar o sorriso, o seu jeito cativante e o rock que você me ensinou a ouvir.
Papai eu te amo. Parabéns.

07/08/2008

Assim é fácil

Do uol:

Tudo como está. Por 9 votos a 2, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram que os políticos com "ficha suja", aqueles que respondem a processos na Justiça, podem se candidatar, a não ser que tenham uma condenação definitiva, sem possibilidade de recursos. A decisão já havia sido tomada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para Fernando Neves, ex-ministro do TSE, a tarefa de barrar os candidatos com "ficha suja" é do eleitor.

"Achar que nós não devemos eleger para cargos públicos pessoas que não têm um passado recomendável, isso é correto. Só que a Justiça Eleitoral não pode impedir isso. Se 90% da população acha que não deve eleger pessoas com passado pouco recomendável, nós temos que demonstrar isso no nosso voto", disse.

Assim fica fácil: jogar para as mãos da sociedade a batata quente de decidir nas urnas se o candidato com ficha suja deve ou não ser eleito. Num país onde ainda impera o voto oligárquico (aquele no qual práticas como a compra de votos, além dos políticos terem diversas concessões de rádio e tv nas mãos) chega a ser piada.
Porém, como nem todos os acusados realmente são culpados, talvez a idéia do ministro Joaquim Barbosa (relator da ação penal do mensalão) de barrar candidaturas de processos em segunda instância, seja uma boa (embora seu real desejo fosse anular candidaturas de políticos condenados em primeira instância). Ainda assim, acho que (de novo) quem mais perde somos o povo.

06/08/2008

Plim!

Sempre quando visito o blogue da Luma, fico sabendo de iniciativas bacanas que rolam na web. Por exemplo, descobri a campanha "Recicla Justus", que tem como objetivo elevar e/ou melhorar a qualidade do conteúdo televisivo nacional e promover a sustentabilidade, através da criação de uma grande empresa de reciclagem. Afinal, como diz lá, "você aí consegue dizer o nome de UMA empresa de reciclagem de bate e pronto?".

campanha propõe a troca das carroças de rua por bicicletas cadastradas à futura empresa

A idéia do Suspensa é muito boa. Ela sugere uma nova proposta para o reality show "O Aprendiz", da TV Record, onde quem poderia participar fossem apenas "carroceiros". Confira a campanha na íntegra.



"Este programa revolucionará todo o mercado televisivo nacional, diversos anunciantes irão querer ter suas marcas vinculadas a este conceito novo de "sustentabilidade-reality show", além de fazer um bem para a cidade e toda população. Daqui eu só vejo vantagens. E você?"

Notícias Mentirosas apóia a campanha e parabeniza o seu idealizador pela idéia notória.
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Sobre o post anterior:
obrigado a Shakira e a Piri que lembraram fatos esquecidos da lira paulistana. E a(creditaram) o conteúdo escrito. Gracias.


Pata de Elefante - dor de siso.

05/08/2008

Combo no Berlim: um rolê no underground paulistano

Em São Paulo, mandamos a lei seca pro inferno. Nossos medos na verdade eram muito maiores. Enchemos a cara antes (e durante o trajeto, ao som potente do veículo particular do meu advogado, o André) de ir pra balada e chegamos ao Berlim, (onde rolaria Surfadélica), com meia garrafa de whisky no sangue. Mais tarde, as latinas, nos chamaram ao balcão e inventaram de tomar tequila, vai vendo.

Antes do "show" do Surfadélica, porém, demos uma fuga para o ambiente externo do bar. Mui loco, desenhos nas paredes, janelas e os banheiros. Quem teve aquela idéia brilhante? Começamos a interagir nas rodas, aquela coisa de estuda onde, faz o que da vida etc. São Paulo é assim: enquanto discute-se a possível legalização da maconha, a cidade cria seus próprios habitatis naturais, que tendem a aumentar com a tal lei.

Dentro do bar novamente, fomos ver a Surfadélica (foto). Divertido e dançante pra quem gosta de surf-rock, meio psicodélico. O japonês da guitarra é insano. Mas nada como um show dos Dead Rocks.

Guitarradas abriram a apresentação e, quando a gente começava a entrar na onda (usando um trocadilho tosco), o som parou. Firmeza, pensamos, "vai rolar o segundo tempo". Era a nossa grande esperança naquele momento de carência sonora (e tão somente) que alimentava a nossa loucura.

Mas no Berlim, as banda tocam, no máximo, 40 minutos. Péssimo, porém, o estilo da casa. E haviam-se esgotados os 40 minutos. Que merda de bar, cogitamos. Mas estávamos tremendamente bêbados da música que nos adentrava; foi quando percebemos uma mina-dj ficou discotecando toda-toda (foto).


Deve ter tocado bem, as pessoas dançávamos, ainda que passos de forró-bailinho, mas dançávamos. Mas não seria difícil, com whisky, tequila, cerveja e o tempero dos índios na cabeça, era só se desequilibrar e seguir os passos da bela caribenha. Literalmente.

Ao fim, não éramos de todo loucos. Alguém ainda pensava, pode dar merda. Depois das comandas pagas, o ser humano menos louco, (a Piri que, naquele dia viu o gol do Bahia contra o Corinthians - chupa! - na torcida baiana) guiou o carro até a casa da Yula (a senhorita que muda destinos), onde finalmente mataríamos a nossa larica, nos abraçaríamos e dormiríamos em berços dourados...

Aos colegas de sala que faltaram hoje

Aqui está o resumo da aula para vocês (das anotações da Bruna):

"Todo objeto é um signo sem deixar de ser objeto.

Todo signo é um objeto sem deixar de ser signo."


Isso é tudo. Isso é semiótica. Um raro prazer.
Um abraço pro Adenil, aliás. Obrigado por colaborar conosco.
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Ainda bem que hoje ganhei um abraço da Sílvia e outro do Mateus (quem está de olho em quem?).