26/02/2009

"Ditabranda"


Recentemente, em editorial (Limites a Chavez, de 17/02), o jornal "A Folha de São Paulo", usou o termo-título desta postagem para se referir ao período da ditadura militar no Brasil (1964-1985), afirmando, dessa maneira, que o período foi "brando" em comparação com outros países hermanos.

Óbvio enxergar a falta do mínimo de senso deste (jornal), e deste editorial.

Em texto elucidativo da Carta Maior repleto de exemplos, porém, fica claro de que lado o jornal esteve esses anos todos. É mais do que se imagina.

No blogue do IZB, nesta postagem, há exemplos de cartas de vários leitores que se manifestaram enviando palavras e mails ao jornal, comentando a ditabranda (poderia ser ditabranca também, não?). Lá, há também a nota da redação da folha (a resposta aos leitores, digna, elucidante, respeitosa como podem observar) que, tiveram a paciência de enviar cartas pra redação.

E na rede está correndo um abaixo assinado em repúdio ao jornal e ao desrespeito deste em relação aos professores chamados de "mentirosos" pelo periódico. Quem aqui está mentindo?
Ao meu ver a Folha reagiu de maneira grosseira aos e-mails enviados à redação, além de ter feito um grave ataque à História política brasileira, abrandando fatos e, como se não bastasse, ridicularizando a opinião de Maria Benevides e Fábio Konder. Se possível, leiam (e caso concordem, assinem) o manifesto.


REPUDIO E SOLIDARIEDADE


Ante a viva lembranca da dura e permanente violencia desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repudio a arbitraria e inveridica revisao historica contida no editorial da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar ditabranda o regime politico vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direcao editorial do jornal insulta e avilta a memoria dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratizacao do pais.



Perseguicoes, prisoes iniquas, torturas, assassinatos, suicidios forjados e execucoes sumarias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no periodo mais longo e sombrio da historia política brasileira. O estelionato semantico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma fraudulenta revisao historica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensao das liberdades e direitos democraticos no pos-1964.


Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de redacao, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta as cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razoes ou argumentos, a Folha de S. Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrarios e irresponsaveis a atuacao desses dois combativos academicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante as insolitas criticas pessoais e politicas contidas na infamante nota da direcao editorial do jornal.

Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fabio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.


(Me contem depois!)
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E dia 09-3 atentem para a blogagem coletiva acerca do tema "inclusão social"!

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