O disco The Mix Up, dos Beastie Boys é como um filme bom que você assiste e fica semanas lembrando dele. Ou então, acontece como quando você é adolescente e acordar cedo e colocar o rádio para funcionar, um CD preferido, um som novo, é praticamente um evento.
Mix Up é curiosíssimo. Há uma faixa, das melhores, intitulada "Suco de Tangerina", que soa como uma mistura de reggae, drum e um órgão delicious. É, como bem ressaltou o grande amigo Dalton, um álbum que passa meio pela tangente da carreira musical da banda. Dificilmente alguém que não o conheça, ouvirá e dirá que se trata dos Beastie Boys.
Até porque aqui, uma das grandes características do grupo, as mensagens letradas e rimas, desaparecem: é um disco instrumental. Para o Boy Mike D, trata-se de "um disco pós-punk instrumental (X)"; disse também que lá não há samplers, que eles tocam todos os instrumentos.
O álbum data de 07. Éééé. Com tanta popzera jabazesca que rolou no ano anterior, a Rolling Stone brasileira mesmo, não conseguiu encontrar espaço nos seus "25 mais de 07", para a grande obra sonora de Mike D, MCA e Ad-Rock. (E ridicularmente, não achou lugar também para Because of the Times, a revolução sonora do Kings of Leon).
Uma faixa ou outra (como "The Melee", ou "The Cousin of Death", por exemplo) chega a lembrar, talvez pelas composições soul-jazz (por vezes viajantes-psicodélicas), o desconhecido trio 90tista Medeski, Wood & Martin. Outras, como, "Off the Grid", que começa mineirinho, como quem não quer nada, se transforma num absurdo sonoroso; parece ter saído de um riff rockeiro mixado ao crescente de uma música eletrônica.
É um disco pra mergulhar, ouvir numa relax, numa tranquila, e viajar.
Ouça: "Off the Grid", ou então veja o clipe e descubra de onde saem os sons e porque ele começa com aplausos:
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Agradecimentos ao Dalton, que me mostrou essa discasso.
Um comentário:
adoro suas críticas musicais... são de análise e sentimento fantásticos.
Um beijO!
ps: obrigada pelo elogio!
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