27/07/2008

Quem aí anda de ônibus?

Texto publicado em 22/7 na Tribuna do Leitor, do Jornal da Cidade de Bauru.


Certamente não faz tanto tempo que você ouviu falar de aumentos nas tarifas de serviços públicos na cidade de Bauru. O último, em relação a este setor, foi em maio de 2007, de R$ 0,15. Talvez você já imagine do que estou falando: o preço da passagem de ônibus passou de R$ 1,75, para R$ 1,85. O passe integração, de R$2,15 para R$ 2, 25, também um aumento de R$ 0,10. E há novidades: quem não tiver o cartão de integração, a partir de setembro, pagará ainda mais caro. Na tarifa comum, quem depende dos ônibus, desembolsará R$ 2, 00. Ou seja, um: se você esquecer o cartão em casa, pagará mais caro pelo mesmo serviço. Ou seja, dois: ter o cartão não quer dizer necessariamente que você pague um preço menor para andar de ônibus. Você precisará lembrar de carregá-lo a todo instante, caso contrário, sua amnésia significará mais custos. A causa disso, porém, diz-se, é nobre, pois o cartão diminuiria a circulação de dinheiro nos ônibus, reduzindo-se assim os assaltos. A discussão é boa.

Os novos valores já estão valendo desde a primeira semana de julho (a partir do dia 2), o período das férias escolares. Pode ser só um detalhe.
E é sempre bom lembrar: Bauru, a cidade sem limites, não possui descontos nas passagens de ônibus para maiores de 18 anos. Isso porque há uma lei municipal que regula essa idéia. Idéia, aliás, muito boa já que o contingente de universitários em Bauru (e, portanto, maiores de 18 anos) é imenso (ao todo são mais de sete universidades), o que sinaliza para uma maior quantidade de pessoas girando a roleta. Esse é outro detalhe que distingue bem os “limites” da cidade, pois é uma das poucas do Estado de São Paulo que não promove descontos para universitários.

Bauru não possui também uma entidade que realmente se faça valer socialmente, já que o Conselho de Usuários do transporte coletivo de Bauru – que tem a missão de ouvir a população sobre o assunto – é meramente consultivo. Ou seja, três: o conselho não tem voz, não é deliberativo, pode até achar que os aumentos não são justos, mas, se o gabinete das Cerejeiras quiser, o reajuste acontece independente do que o conselho indicar. Quem explica é Émerson Sandi, assessor da empresa que gerencia os ônibus urbanos em Bauru, a Emdurb, em entrevista ao programa Raiz Social, veiculado pela web rádio Unesp Virtual e produzido por alunos de jornalismo da UNESP, campus de Bauru.
É certo, como constatou a reportagem de autoria de Ana Carolina Almeida e Vanessa Machado, que as pessoas não acham justa a elevação da tarifa, por diversos motivos, como demora nos pontos, e frota reduzida para determinadas regiões.

A população para se fazer ouvir, entretanto, negar e/ou discutir os valores sugeridos, teria que focar-se e sinalizar sua opinião, como forma de não aceitar o que não a contempla. Mas fiquem tranqüilos, essa idéia de protesto e ir para as ruas é passado, nada acontecerá, logo esqueceremos que um dia o preço era menor... e, logo, estaremos pagando a mesma tarifa da cidade de São Paulo: R$ 2,30. Lembrete: em 1997 a passagem era de apenas R$ 0,50.
Não faz muito tempo
que falei aqui mesmo nesta coluna (Tribuna do leitor do JC) acerca de aumentos referentes ao transporte coletivo em Bauru. Nos vemos, portanto, em breve, quando o próximo vier. Até lá!

----
* Gosto bastante das coisas que o Mateus comenta aqui e gosto muito dele também. Vc é muito bem vindo aqui amigo.

Hoje, daqui a pouco viajo para Jataizinho (30km de Londrina), onde colherei cogumelos, lá tem muitos pastos. E também terra do meu amigo rockeiro e jornalista Rodolfo.

Pata de Elefante - Carpeto Volatore.

2 comentários:

Bruno Espinoza disse...

A mesma história que se repete. A Emdurb é uma gaiata.

Devia ter o dia da bicicleta em Bauru e ninguém subri nesses ônibus atrasados, escassos e caros.
É mole?

ps: letras aumentadas, capitão!

Bruno Espinoza disse...

subir