Acho que o Partido Verde devia comprar aqui, acho que o Partido Verde devia comprar laranja lima, acho que o Partido Verde... - gritava a feirante cada vez mais exaltada sob o sol de outono, que praticamente não esquenta.
Quem fazia a feira era Clodoaldo Gazzeta e sua esposa, ele, uma das principais figuras do Partido Verde local.
Quem deu a mão primeiro foi a feirante, dizendo boa tarde, vamos levar laranja, gosto do partido, o senhor que vem sempre aqui, as laranjas limas, o almoço em família - despertando ainda mais o colorido da feira do rolo, típica do domingo baurulino.
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Desde que mudei-me da tia Neyde para a casa-escritório-sede do @enxamecoletivo, há cerca de um mês, passamos a comer muitos vegetais diversos, pouca proteína de carne e ir à feira comprar as leguminosas que, aliás é um hábito incrível; extremamente novo pra mim. Ainda que alguns produtos sejam mais caros que o mercado, a vida, o contato com feirantes, com os alimentos frescos e o caminhar naquelas ruas, tem sido a melhor maneira de se começar o domingo.
Há dois domingo atrás, fomos à feira, dessa vez para filmar a Bruna Roncaria (guiga) correndo de vestido de bailarina/noiva. A ideia, todinha da cabeça da Guiga, era essa mesmo: correr freneticamente pela feira, enquanto uma câmera a seguida, várias tomadas, ângulos e posições. O non sense é fundamental pras nossas vidas gente. Enaltece. Assim como a possibilidade do audiovisual. (As frutas, leguminosas, as pessoas e as cores também estão no audiovisual - a ser editado quando conseguirmos desafogar o cotidiano).