25/09/2008

Candidatos, torcida ou cabos eleitorais?


O debate realizado na Unesp essa semana (22-09) os candidatos a prefeito da cidade de Bauru foi morno e raso. Quem acompanhou, talvez tenha saído com a sensação de pouca discussão aprofundada em relação a temas que realmente importam pra Bauru. Talvez o clima frio da segunda-feira tenha interferido. Claro que não foi completamente ruim, algumas questões importantes foram tratadas, como a leishmaniose, por exemplo.

O formato escolhido também não funcionou. Até o segundo bloco do debate praticamente nenhum problema. O terceiro bloco, porém, quando as pessoas da platéia elaboram perguntas aos candidatos, foi um fiasco. As perguntas deveriam ser endereçadas, e não sorteadas, como foi feito. Pois tratavam de assuntos específicos para um determinado plano de governo, e não para um candidato aleatório, sorteado através das mãos do Franco Junior.

O ponto mais fraco do evento, contudo, foi o posicionamento de várias pessoas presentes nos assentos do ginásio: se comportaram como torcedores alienados. Ao invés de se aterem ao conteúdo do debate, pensar nas respostas que os candidatos expunham, etc, esse público (verdadeiros cabos eleitorais), parte dele, composto por candidatos a vereador por Bauru, estava lá mesmo no Guilhermão apenas para fazer barulho. Só manifestavam palmas quando o seu time estava com a bola, ou seja, quando o seu candidato falava.

Fica a reflexão: o que esperar então de um eleitor, ou pior, de um candidato a vereador que se comporta, num debate, como torcida organizada? Que despreza a opinião dos outros candidatos, chegando, inclusive, a vaiá-los? Essas pessoas não têm a menor noção ou preparo para ser a representação da comunidade na Câmara municipal. E se o povo não perceber isso, que Deus abençoe nossa eleição para que essa aberração não se torne real.

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As pessoas votam no que vêem na TV. E o que vêem na TV é produção, imagem, estratégia apenas. E produção, estratégia de marketing e, sobretudo, (boa) imagem custam muito dinheiro. Ou seja, é preciso gastar fundos incríveis para se ganhar uma eleição. Gastando enormes quantias, que interesses e idéias o vencedor levará para o cerne de seu governo municipal?

18/09/2008

O (mau) atendimento no hospital (privado)

Ir ao médico devia ser encarado como um aprendizado. Pode ser um momento para fazer perguntas sobre a doença, saber riscos, características, como a bactéria, o vírus atua no corpo, em quantos dias estará plenamente sadio etc, as perguntas são infinitas. Assim, ao fim da consulta, além de um reles receituário, o sujeito terá adquirido conhecimento sobre um assunto que possivelmente não lhe é nada familiar.

Dia desses meus olhos acordaram colados. É uma sensação esquisita, parece filme de ficção. Depois de “descolá-los”, fitei o espelho e notei que estavam completamente vermelhos, permanecendo assim durante todo o domingo (24-08). Alguns arriscaram alergia. Outros, palpitaram conjuntivite. Na mosca.

Não precisa ter sabedoria do assunto para prever que se trata de uma manifestação ocular contagiosa e, por isso, precisa-se de certos cuidados. Durante a consulta, porém, o médico mal respondeu às perguntas que lhe dirigi; fazia-o através de monossílabos. Quando pedi o atestado médico, ele disse não ser necessário. Estranhei. Meus dois amigos também. Um deles até sugeriu voltar e solicitar novamente. “Como assim não deu atestado?”.

Achamos por bem retornar ao hospital. O médico, porém, já havia voltado de onde antes viera, da UTI. Possivelmente, tinha pressa, o paciente talvez precisasse de cuidados sensíveis e uma simples conjuntivite desviara o seu foco de atenção.

A “culpa” nesse caso recai sobre o hospital (São Lucas, da Rua Rio Branco) que disponibilizou apenas um médico para atender, além das consultas da madrugada, a Unidade de Tratamento Intensivo.

Eu e, por coincidência, um conhecido, fomos atendidos, como em “atendimentos em série”, onde examina-se o paciente correndo (o médico sequer tocou nos meus olhos e não me fez mais do que 3 perguntas, mas calma, ele pode ser bom nisso) e já emite-se o laudo: uma receita de cura com grafia completamente ilegível. Por que não podemos ler o que está escrito ali? Minha mãe já me dizia pra perguntar sobre a receita. “Podem não entender”, antecipava.

Não deu outra. Na farmácia, amontoaram-se três farmacêuticos em torno do papel para tentar decifrar. Tentamos ligar no hospital, mas parece que o número impresso na receita estava incorreto. A única opção foi tornar no local. Lá outra vez, um dos enfermeiros nos ajudou.

Conversando, eles inclusive, ficaram perplexos ao saber que o “doutor” não emitira o atestado médico necessário. “Mas você pediu?” Claro!, respondi. “E o que ele disse?” Que não precisava, pra passar lá no dia seguinte, “apenas se piorasse”. Uma moça do atendimento aconselhou retornar no outro dia, que deixaria pronto pra mim, com o médico que viria no plantão seguinte. Logo, eu teria que gastar minhas energias e de novo me deslocar até o hospital...


Além do não atestado, o médico não mencionou os cuidados para se evitar a contaminação de outras pessoas (só falou o óbvio, usar toalhas individuais) e nem que há mais de um tipo de conjuntivite, como a alérgica (não contagiosa) e a infecciosa (viral ou bacteriana).

Na consulta, ele poderia ter discorrido rapidamente sobre as perguntas que fiz, dizendo que a conjuntivite é bastante comum, uma inflamação da conjuntiva e costuma não deixa seqüelas, enfim. Não se prega tanto o tal tratamento humanizado? Mas, como o médico era um cardiologista, o paciente, uma pessoa comum e a “doença” também comum... sobejou-me o relato de um atendimento pífio aqui nesta Tribuna, e uma reclamação por escrito depositada na urna do SAC do hospital.


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PS. acabei de enviar este texto ao jornal.
PS2. Aos desinformados: Bauru sem tomate é misto.
PS3. Por que toda geração acredita piamente que "foi muito mais louca que a outra"?

PS4. O blogger é absurdamente ridículo para importar textos do Word.
PS5. E por isso, eu achei esse post uma merda.

05/09/2008

o Agora

Se não quer sentir o horrível peso do Tempo
Que pesa sobre os seus ombros e o esmaga,
Embriague-se sempre.

Com quê?
Com vinho, poesia ou virtude.
Com o que quiseres.
Mas embriague-se.
-baudelaire

Os posts do Blog da Renata são muito bons.